sábado, 29 de setembro de 2007
Gerações (reflexão sobre o primeiro capitulo)
Como já referi, um dos objectivos do blog é comentar cada capítulo do livro A família em rede de Seymour Papert. Terminada a leitura do primeiro capitulo, é de referenciar a escrita fácil e cativante do autor.
Neste capítulo, Papert dá a conhecer as diferenças entre pais e filhos/avós e netos em relação ás novas tecnologias. O que Papert viu no seu neto Ian, vejo eu, também, no meu irmão mais novo! É incrível, as crianças agora mexem nos computadores, nos vídeos ou na televisão como se estivessem a rodar um pião (que para alguns até pode ser mais difícil!). Mas na verdade é que estas crianças e jovens nasceram, já na "Era da informática". As palavras que desconhecem vêem trazer-lhes novos desafios e vontade de aprender, cada vez mais as crianças estão a adquirir conhecimentos fora do seio familiar, pois cada vez mais estão a surgir meios de informação apoiados pelas Novas Tecnologias e cada vez mais cedo estão a aprender a lidar com elas.
Já os adultos, na maioria das vezes agarram-se ás suas tradições, subestimam as suas capacidades tecnológicas e não conseguem acompanhar o ritmo de aprendizagem efectuado pelos seus filhos (caso da Lisa).
O que Papert sugere neste capítulo é uma ajuda mútua entre pais e filhos. A realização de actividades conjuntas é uma boa forma de se apoiarem e aprenderem uns com os outros. Isso vai promover a confiança dos pais e a responsabilidade das crianças. Só assim é que a aprendizagem de estilo familiar terá futuro.
Na sua teoria da psicanálise, Freud referiu que "A Criança é o pai do homem". Da mesma maneira, Papert atribui à criança a capacidade de mudar os preconceitos formados sobre a nova era de tecnologias.
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3 comentários:
Pois é Isabel:
Concordo plenamente contigo, o Seymour Papert tem de facto uma escrita fácil e cativante.
Dizes que aquilo que a ti te parece complicado é canja para o teu irmão mais novo, agora imagina-me a mim, que até já sou avô, a ter de me habituar a estas coisas das tecnologias.
Bom trabalho.
Francisco
Já que amor com amor se paga retribuo aqui o teu comentário com um comentário de resposta (e de agradecimento).
Confesso que o livro me fez reviver os meus tempos de miúdo e que ao mesmo tempo lidei com esse cepticismo dos adultos. Passava todo o dia em frente ao PC, como ainda hoje faço recorrentemente. Acho que esse foi o PONTO da tua reflexão: os adultos fartam-se de se agarrar às suas tradições! Benjamin Disraeli dizia:
"Quem não é um liberal aos dezasseis anos é um insensível; quem não é um conservador aos sessenta é burro."
Talvez um pouco extremista, mas aproxima-se disso que referiste. E, como também disseste, são os "putos" que têm de ensinar os pais porque afinal, a mudança nunca foi uma coisa fácil.
Farewell!
AH! Quase me esquecia! O James Horner é um dos Grandes da música, no meu ver. Hás de ouvir o "Wallace Courts Murron" da OST do Brave Heart, é fabuloso!
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