"As vantagens são imensas, mas, pela mesma razão, os riscos são sérios" (Papert. pp 111)
A supervisão de adultos é a melhor forma de assegurar que as crianças não acedem a informação inadequada. Deve haver uma abordagem mais profunda originária de uma cultura familiar baseada na confiança e na veracidade.
Outro assunto que me chamou à atenção neste capitulo foi o materialismo.
"Devemos assegurar que o facto de alguém possuir computador nunca se tornará num « sinal de estatuto»" (Papert, pp 108)
Será o computador uma forma de exclusão? É uma ferramenta essencial para a elaboração de trabalhos. Mas será que um aluno deve ser prejudicado, na sua avaliação por não fazer os trabalhos no computador? É verdade que esta ferramenta nos ajuda bastante na aprendizagem e nos dá acesso a um quantidade ilimitada de informação, mas é igualmente verdade que nem todos têm acesso a esta ferramenta e que muitas vezes quem não possui computador acaba por ter um estatuto diferente de quem possui.
Para terminar deixo-vos uma questão:
O materialismo pode interferir negativamente com a aprendizagem? O «ter e os outros não» pode ser comparado com «o saber e os outros não»?
3 comentários:
Penso que infelizmente, aquilo que temes no teu post já aconteceu... a partir do momento em que pontuamos a apresentação de um trabalho, essa questão passa a ser essencial. Um trabalho feito à mão nunca terá o mesmo nível de apresentação para quem o vê do que um trabalho feito a computador, com bonitas imagens tiradas da net para ilustrar o texto, gráficos e tabelas sem serem desenhadas à mão... e pronto, lá está essa apresentação a ser valorizada em detrimento da outra QUE DEMOROU MUITO MAIS TEMPO A FAZER... sim, porque o empenho de quem desenha coisas à mão é necessariamente maior! Vou parar por aqui que já me estou a alongar...
Beijinhos e boa semana!
Hmmm... em resposta à tua pergunta:
O materialismo pode interferir negativamente com a aprendizagem? O «ter e os outros não» pode ser comparado com «o saber e os outros não»?
Infelizmente, pode interferir e interfere mesmo!
Na minha prática docente diária assisto todos os dias a isso... mas o factor "eu tenho computador e tu não" não é, de todo, o mais gritante... Pior são todas aquelas parafernálias do estilo Playstation ou Wheelies ou tantas outras coisas que os miúdos mais abastados têm e atiram à cara dos que não têm... a frustração que esta competitividade criada pelo materialismo causa, influencia, e muito, a aprendizagem.
Quanto aos computadores, já é tempo de haver aparelhos nas escolas... uma escola inclusiva deve oferecer as mesmas possibilidades a todos. Não achas?
Um beijinho grande... e desculpa o testamento!
Acho que está a haver aqui uma confusão entre "aprendizagem" e "avaliação"...
Quanto à cultura de falsas personalidades o caso já é mais sério... Não tem de ser uma coisa má! Eu próprio tenho um mail para fingir que sou outra pessoa (para além do meu mail "normal") e já dei boas gargalhadas com isso. Não há maldade nem prejudico ninguém. Mas quando se trata de crianças o caso torna-se mais grave porque a mentira pode invadir o mundo real... Mas é para essas coisas que servem os nossos bem amados progenitores! (vou-me calar senão tenho um comment maior que o post..)
Mais uma boa intervenção, Isabel! Um beijo.
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